O GRANDE ORIENTE DO BRASIL: HISTÓRIA RESUMIDA

by Grão-Mestre Adjunto

O GRANDE ORIENTE DO BRASIL: HISTÓRIA RESUMIDA

A história da Maçonaria Brasileira é indissociável da história do Grande Oriente do Brasil, que em seus quase 200 anos de fundação, tem trabalhado incessantemente pela difusão da Maçonaria em nosso país.

Dessa forma, cabe destacar que, desde a fundação do Grande Oriente do Brasil, sua história já era marcada por grandes acontecimentos. Sua fundação antecede um dos momentos mais importantes da história do Brasil: a Independência, efetivada a 07 de Setembro de 1822, por D. Pedro I, que veio a ser Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, em 04 de outubro do mesmo ano, substituindo José Bonifácio.

Nesse sentido, vale dizer que, quando a campanha pela Independência do Brasil, em 1822, se tornava mais intensa, é que iria ser criada a primeira Potência Maçônica do país, com Jurisdição nacional e tendo como uma das principais incumbências, levar a cabo o processo de emancipação política brasileira.

Assim, a partir do desdobramento da Loja Maçônica Commercio e Artes Nº 001, fundada em 15/11/1815, em mais duas Lojas: União e Tranquilidade Nº 002; e Esperança de Nictheróy Nº 003, em 17 de Junho de 1822, surgiu a maior potência maçônica da América Latina: o Grande Oriente do Brasil.

Os primeiros mandatários do Grande Oriente do Brasil foram José Bonifácio de Andrada e Silva, ministro do Reino e de Estrangeiros e Joaquim Gonçalves Ledo, Primeiro Vigilante. Ainda, como citamos anteriormente, em 04 de outubro de 1822, após a declaração de Independência, o então príncipe regente D. Pedro I, cujo nome maçônico era Guatimozim, sucedeu a José Bonifácio, como Grão-Mestre do GOB.

Contudo, em 25 de outubro de 1822, os trabalhos do Grande Oriente do Brasil foram suspensos por D. Pedro I, devido à instabilidade dos primeiros dias de nação independente bem como a rivalidade política entre os grupos de José Bonifácio e de Gonçalves Ledo (que se destacava, ao lado de José Clemente Pereira e do cônego Januário da Cunha Barbosa, como o principal líder dos maçons).

Dessa forma, somente em novembro de 1831, após a abdicação de D. Pedro I, ocorrida em 07 e abril daquele ano, é que os trabalhos maçônicos retornaram com força e vigor, ocorrendo, inclusive, a reinstalação da Obediência, sob o título de Grande Oriente do Brasil, que desde então, nunca mais suspendeu as suas atividades.

Instalado no Palácio Maçônico do Lavradio, no Rio de Janeiro, a partir de 1842, e com Lojas em praticamente todas as províncias, o Grande Oriente do Brasil logo se tornou um participante ativo em todas as grandes conquistas políticas e sociais do povo brasileiro, fazendo com que sua História se confunda com a própria História do Brasil.

Assim, através de homens de alto espírito público, colocados em patamares importantes da atividade humana, principalmente em segmentos formadores de opinião, como as Classes Liberais, o Jornalismo e as Forças Armadas, principalmente, o Exército, o GOB registrou seu nome na História do Brasil.

Ressaltamos que, o Grande Oriente do Brasil teve, a partir da metade do século XIX, atuação marcante em diversas campanhas sociais e cívicas da nação. Nesse sentido, destacamos, por exemplo, sua importante atuação na campanha pela abolição da escravatura no país, através da qual conseguiu a aprovação de leis que combateram, paulatinamente, o escravagismo, culminando na Abolição da Escravatura, em 13 de maio de 1888.

Vale lembrar ainda que, a Campanha Republicana, que pretendia evitar um terceiro reinado no Brasil e o colocar na mesma situação das demais nações centro e sul americanas, também contou com intenso trabalho maçônico de divulgação dos ideais da República, nas Lojas e nos Clubes Republicanos, espalhados por todo o país. Desse período, destacamos, tanto na história do Brasil quanto na do próprio GOB, a importante atuação do maçom Marechal Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente da República, que também viria a ser Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil.

No início do Brasil República, foi notória a participação do Grande Oriente do Brasil na evolução da política nacional, por exemplo, através de vários presidentes maçons: além de Deodoro, tivemos Marechal Floriano Peixoto, Prudente de Morais, Campos Sales, Rodrigo Alves, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Wenceslau Pereira Gomes, Washington Luiz, João Café Filho, Jânio da Silva Quadros e, agora, ainda que interinamente, Michel Temer.

Destacamos também, a atuação do Grande Oriente do Brasil durante a 1ª Grande Guerra Mundial (1914 – 1918), que apoiava a entrada do Brasil no conflito, ao lado das nações amigas; e que, mesmo antes dessa entrada, já enviava contribuições financeiras à Maçonaria Francesa, destinadas ao socorro das vítimas da guerra.

Ressaltamos que, mesmo com uma cisão ocorrida em 1927, que originou as Grandes Lojas Estaduais brasileiras, o Grande Oriente do Brasil continuou como ponta-de-lança da Maçonaria Brasileira e com forte atuação em diversas questões nacionais.

Observamos que, em 1983, o Grande Oriente do Brasil investia na juventude, ao criar a sua máxima obra social: a Ação Paramaçônica Juvenil (APJ), de âmbito nacional, destinada ao aperfeiçoamento físico, moral e intelectual dos jovens de ambos os sexos, filhos ou não filhos de maçons.

Além das ações maçônicas e paramaçônicas, o Grande Oriente do Brasil tem investido também em sua infraestrutura, objetivando o melhor atendimento a todos os Irmãos e Lojas da Federação. Hoje, o GOB possui patrimônio considerável em diversos Estados, como no Rio de Janeiro e, principalmente, na Capital Federal, onde sua atual Sede ocupa um grande e excelente complexo arquitetônico.

Com mais de 3.000 Lojas Maçônicas em atividade e mais de 80.000 obreiros ativos, sendo reconhecido por mais de uma centena de Obediências legais e regulares no mundo, o Grande Oriente do Brasil é hoje a maior Potência Maçônica do mundo latino, reconhecida como regular e legítima pela Grande Loja Unida da Inglaterra, a qual irá completar 300 anos em Junho de 2017.

Cabe destacar também, as atividades mais recentes do Grande Oriente do Brasil junto ao cenário político atual do país. Dessa forma, citamos o Manifesto do Grande Oriente do Brasil pela Moralidade da Gestão Pública, de 26 de Março de 2016, do qual destacamos o seguinte sobre o GOB e suas ações:

Berço da maçonaria Brasileira desde 1822, maior Obediência Maçônica da América Latina, de tantas participações históricas, a exemplo da Independência do Brasil, da Proclamação da República e da Abolição da Escravatura, presente em todas as unidades federativas, corroborado pela Soberana Assembleia Federal Legislativa (SAFL) em 19/03/2016, vem incondicionalmente APOIAR a “Operação Lava Jato”.

Ainda nesse contexto, destacamos também as palavras do nosso Sapientíssimo Ir:. Eurípedes Barbosa Nunes, em seu Artigo nº 269, publicado no Jornal Diário da Manhã, de Goiânia, de 09/04/2016, intitulado “Ser Honesto na Administração Pública não é uma Virtude, é Antes de Tudo um Dever”:

Prestes a completar 200 anos, no próximo 2022, vem nos momentos atuais, sob a liderança do Grão-Mestre Geral, Marcos José da Silva, tomando posições avançadas e em sintonia com o povo maçônico. Exemplo disto é a lei da “Ficha Limpa”, que foi projetada por Márlon Reis, maçom que mobilizou a sociedade brasileira na coleta de assinaturas para sua aprovação. Na sequência, oficializou apoio ao Ministério Público Federal, buscando novamente assinaturas a favor do projeto “10 Medidas Contra a Corrupção”.

Agora no mês de março, juntamente e com o respaldo dos Eminentes Grão-mestres Estaduais de todo país, pelo Grão-Mestre Geral, com muita honra histórica, também por mim, como Grão-Mestre Geral Adjunto e corroborado pela Assembleia Federal Legislativa Maçônica, foi assinado o “Manifesto do Grande Oriente do Brasil pela moralidade da Gestão Pública”, posicionamento de apoio à Operação “Lava-Jato”, assim exposto aos integrantes do GOB e à sociedade brasileira.

“APOIAR a Operação ‘Lava Jato’, que diuturnamente revela à população brasileira atos de corrupção e graves desvios éticos e morais, com repercussão direta na administração pública federal”.

Essas ações do Grande Oriente do Brasil são apenas alguns dos compromissos assumidos pelo Soberano Irmão Marcos José da Silva, Grão-Mestre Geral, juntamente com os Eminentes Grão-Mestres Estaduais durante a Suprema Congregação de 2015, firmados através da assinatura da CARTA DE BRASÍLIA.

Assim como na Prancha Circular Nº 008/16, do Grande Oriente do Brasil no Rio de Janeiro, de 04/04/2016, (através da qual encaminhamos a todas as Lojas da nossa Jurisdição o Manifesto do GOB), ressaltamos uma vez mais que, a “Administração Pública direta ou indireta, em todos os seus níveis, deverá obedecer aos princípios da LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, PUBLICIDADE e EFICIÊNCIA”.

Segundo Cícero, “a História é a testemunha dos tempos dos tempos, a luz da verdade, a vida da memória, a mestra da vida e a mensageira da antiguidade”. Assim, podemos concluir que, a História do Brasil jamais poderá ser contada sem que seja mencionada, e com destaque, a própria história da Maçonaria Brasileira.

Concluindo, uma vez mais ressaltamos que, a História do Grande Oriente do Brasil, que se confunde com a própria História da Maçonaria em nosso país, não pode ser esquecida pelo povo brasileiro, muito menos por nós Maçons. Por essa razão, mais uma vez publicamos um resumo da trajetória da maçonaria gobiana no Brasil como meio de rememorarmos alguns dos feitos de nossa Instituição, mas, principalmente, para que essas lembranças possam perpetuar e nos servir sempre de inspiração.

AILDO VIRGINIO CAROLINO
Grão-Mestre Adjunto

 

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