A ARLS Indústria e Caridade de Nova Friburgo n° 0049 viveu no dia 16 deste mês de março, um dos mais especiais e marcantes momentos de sua história… História essa que se aproxima de dois séculos de exuberante existência. É que houve naquela oportunidade, marcante sessão magna em comemoração aos 180 anos de sua fundação, que se deu exatamente em 02 de janeiro de 1889. Em razão do recesso maçônico e aquela data ser junto as festividades relativas à passagem de ano e férias, só agora no dia 16 de março de 2019 é que foi realizada esta destacada e mais que justa comemoração.
Com seu grande templo completamente tomado, por irmãos do quadro, irmãos de dezenas de lojas visitantes oriundos de vários orientes do nosso Estado e Brasil, autoridades maçônicas, civis, políticas, militares e convidados, a ARLS Indústria e Caridade sob o eficiente comando do seu atual Venerável Mestre Alenício Cavalcante de Mello, mais a diretoria e Comissão de festas formada para a ocasião, promoveu realmente uma comemoração digna de entrar para sua história e, portanto, à altura dos 180 anos de sua majestosa existência.
Em sessão que durou quase três horas, iniciada ritualisticamente e depois aberta a convidados, a ARLS Indústria e Caridade prestou inúmeras homenagens com entregas de especiais mimos maçônicos a todos os membros, assim como as lojas que se fizeram representar e até mesmo autoridades, como foi o caso do prefeito municipal de Nova Friburgo, Dr. Renato Pinheiro Bravo; o presidente da Câmara Municipal de Nova Friburgo Alexandre Cruz que se fazia acompanhar do vereador prof° Pierre Moraes, edil esse que propôs e que contando com aprovação unânime de seus pares no legislativo, fez entrega de Especial Moção de Louvor a ARLS Industria e Caridade pelos seu 180° aniversário. Estas autoridades, mais o Procurador Dr. Pedro Elias Erthal Sanglard representante do Ministério Público do Estado do Rio, assim como o Comandante do 6° Grupo de Incêndio de Nova Friburgo Cel. Bombeiro Militar Alexandre Correia Pitaluga e o Diretor do Sanatório Naval de Nova Friburgo, médico Marcelo Cerentini Garcia, junto do Venerável Cavalcante tendo ainda ao seu lado o presidente interino da PAEL – Poderosa Assembleia Estadual da Maçonaria – Irmão Balardino e por fim, como maior autoridade maçônica, o Grão Mestre do GOB no Rio de Janeiro, Irmão Edimo Muniz Pinho.
Durante a sessão, além dos pronunciamentos bastante oportunos e representativos do Venerável Mestre Cavalcante e do Irmão Orador José Cosme Madeira, mostrando um pouco da longa e maravilhosa existência de 180 anos da ARLS Indústria e Caridade com muita história, progressos, beneficências e memoráveis realizações. Houveram apresentações musicais com o Quinteto Arte Itinerante da centenária Real Banda Sociedade Euterpe Friburguense e assim, em meio as bonitas páginas musicais que encantaram a todos, transcorreram os discursos proferidos pelas autoridades municipais, no caso o prefeito, o presidente da Câmara e mencionado vereador. O presidente da PAEL Ir:. Belardino também falou aos presentes, aproveitando para fazer entrega de algumas medalhas e honrarias, especialmente ao Venerável Mestre Alenício Cavalcante de Mello. Já o Grão Mestre Estadual Ir:. Edimo Muniz Pinho, além de também se dirigir aos irmãos, autoridades e convidados presentes, também fez entrega da especial medalha dos 40 anos do GOB-RJ ao Venerável Cavalcante até que, por fim, conclamou todos a cantarem os parabéns pelos 180 anos da Loja Indústria e Caridade.
Após a sessão festiva no templo, todos se dirigiram ao salão social juntamente com as autoridades maçônicas, políticas, militares, civis e convidados, para o Venerável Mestre Alenício Cavalcante de Mello descerrar bela placa comemorativa dos 180 anos de fundação da ARLS Indústria e Caridade, na qual consta os nomes de todos os Veneráveis Mestres que estiveram a frente daquela instituição nestes últimos 180 anos.
Na sequência, a convite da ARLS Indústria e Caridade n° 0049 todos os presentes foram encaminhados para espetacular ágape que teve lugar na Casa de Festas Commemori.
Aula de História: Pronunciamento do Venerável mostra um pouco da importante trajetória dos 180 anos da nossa ARLS Indústria e Caridade n° 049
“Ao iniciar minhas palavras sobre o evento de hoje, vamos voltar no tempo.
O ano de mil oitocentos e trinta e nove estava começando e a Independência do Brasil iria fazer o décimo sétimo ano de sua Proclamação. Havia sido uma conquista que a maçonaria concretizara e tornara irreversível, na memorável Sessão do dia 20 de agosto de 1822, levada a efeito na Loja Comércio e Artes, Oriente do Rio de Janeiro, tendo a presidi-la a figura de Joaquim Gonçalves Ledo, sem dúvida alguma o verdadeiro, o legítimo Patriarca da Independência, tendo em vista que foi em consequência da sua determinação, da sua persistência, da sua luta incessante, da sua capacidade de catequese e envolvimento, do poder convincente da sua palavra que a maçonaria, afinal, resolveu encampar o movimento nacional pela emancipação política do Brasil. Em suma, foi ele quem proferiu o discurso decisivo, na aludida Sessão do dia 20 de agosto de 1822, conclamando a todos os maçons a que, em nome do Grande Oriente do Brasil na época, e da própria nação, proclamassem a Independência naquele momento mesmo, naquela histórica reunião à qual José Bonifácio, por motivos outros, fizera questão de não comparecer e, mesmo assim, o Imperador D. Pedro I, cujo codinome maçônico era Irmão Guatimozim, viera a proclamá-la em 7 de setembro do ano de 1822, às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo.
Nova Friburgo era então uma vila, naquele longínquo ano de mil oitocentos e trinta e nove, condição a que ascenderia havia já dezenove anos e na qual ia estruturando uma comunidade cada vez mais progressista, mais laboriosa, desenvolvendo e aprimorando um belíssimo sentimento de família social, fortemente unida pelos mesmos ideais de fraternidade e de civismo.
Naquela época, a maçonaria ainda não havia implantado nenhuma célula no organismo comunitário, muito embora o terreno estivesse pronto para ceder a semeadura luminosa, de que afinal tanto andava a necessitar, como forma de um novo e vigoroso impulso para as lides do desenvolvimento.
Contudo, maçons já existiam vivendo na vila, iniciados em outros Orientes, dispostos a plantar, naquele canteiro de ouro do amor fraternal, a semente que viria a ser depois uma das mais pujantes ramificações da nossa Sublime Ordem em nosso País.
Lamentavelmente, naquela época, a corte não havia cumprido o seu compromisso de apoiar os imigrantes suíços e de outras origens, que vieram colonizar e alavancar os cantões da vila de Nova Friburgo, até que, o Padre e Maçom Jacob Joye, conhecendo maçons que eram influentes perante a corte, iniciou uma campanha plantando a semente que viria a germinar, rapidamente, tendo como consequência a materialização do evento que seria a fundação de nossa Loja, fazendo com que a corte, influenciada pelos maçons que a cercavam, desse um tratamento mais adequado, em termos de recursos, para auxiliar no desenvolvimento da vila de Nova Friburgo, soerguendo uma sociedade nova que começava a ser estruturada.
Imaginemos meus Prezados, aqueles maçons existentes na vila, cheios de ideais, discutindo, debatendo, pensando em datas, em locais apropriados, tudo para que, logo no início do ano de 1839, pudesse a maçonaria contar, em Nova Friburgo, com mais um Templo para exaltação da virtude, o sacerdócio da fraternidade, o apostolado do amor ao semelhante, e o repúdio absoluto aos vícios e aos erros, através do permanente aprendizado e multiplicação do bem.
Era, Prezados Amigos, o dia dois de janeiro do ano de mil oitocentos e trinta e nove, da Era Vulgar, e ano de cinco mil oitocentos e trinta e nove, da Verdadeira Luz, luz que, aninhava no Espírito e no coração de DOZE OBREIROS dedicados à Arte Real, ia se materializar, esplendorosamente, sob a forma de mais um Templo Maçônico, mais um Areópago da Verdade, mais uma Catedral da Virtude, mais uma trincheira de abnegados para a luta incessante que a nossa Sublime Ordem enceta, permanentemente, sobrepondo-se às fronteiras e às delimitações geográficas, contra o vício e contra o erro.
Maurício José Gomes de Aguiar, Joaquim Antônio Teixeira, Manoel Francisco de Oliveira, Fernando Carr de Bustamante, Justino Barbosa da Cruz, o Padre Jacob Joye, Felismão Proste, Anacleto Dias de Oliveira, D. Gregório Velasco, José Correa Vasquez, Francisco de A. F. Mendonça e Julião Broconot, foram os escolhidos, os eleitos pelos superiores desígnios do Grande Arquiteto do Universo para a arrancada inicial da magnífica tarefa apostolar.
Reunidos ao meio dia simbólico do labor maçônico, como eternos aprendizes dos mistérios de nossa Ordem, ei-los todos, revestidos das insígnias sagradas e dos paramentos litúrgicos, formando uma cadeia de fé e de esperança, de idealismo e de amor, de liberdade, de igualdade e de fraternidade, para a instalação solene da recém criada Loja, com o título distintivo de INDÚSTRIA E CARIDADE, momento impregnado da emoção mais profunda, da vibração espiritual mais pura, da sinceridade mais autêntica.
Parabéns Nova Friburgo, por ter sido escolhida para ser o berço de nossa Loja Maçônica então criada.
Parabéns Irmãos do Quadro, por pertencerem a esta Instituição tão digna de nosso respeito e carinho.
Parabéns Loja Maçônica Indústria e caridade por existir e completar 180 anos de fundação, servindo às mais nobres causas, tanto para a sociedade brasileira, em geral, quanto para os habitantes de Nova Friburgo, em particular.
E, finalmente, graças te rendemos oh! Grande Arquiteto do Universo, quando ao nos criar, ter nos deixado, como legado, a oportunidade de podermos por em prática os princípios constitucionais de nossa Sublime Ordem, nos orientando a aplicar diariamente os postulados de nossa Ordem, entre os quais o que pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, da prática desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade; como também o postulado que proclama que os seres humanos são livres e iguais em direito e que a tolerância constitui o princípio cardeal nas relações humanas, para que sejam respeitadas as convicções e a dignidade de cada um.
Ouso ainda mencionar um terceiro postulado no qual nossa Ordem defende a plena liberdade de expressão do pensamento, como direito fundamental do ser humano, observada a correlata responsabilidade.
E vou mais além ao dizer que nossa Ordem reconhece o trabalho como dever social e direito inalienável, e, também, considera Irmãos todos os maçons, quaisquer que sejam suas raças, nacionalidades, convicções e crenças.
Finalmente, brado aqui o nosso lema:
“LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE!!!”
VIVA A LOJA MAÇÔNICA INDÚSTRIA E CARIDADE!
VIVA A MAÇONARIA UNIVERSAL!
VIVA O NOSSO BRASIL!
Que o Grande Arquiteto do Universo nos ilumine e guie.
MUITO OBRIGADO A TODOS”, concluiu o Venerável Mestra da ARLS Indústria e Caridade de Nova Friburgo, Irmão Alenício Cavalcante de Mello.
